As Corridas de Toros

No dia que estivemos em Morélia teve uma corrida de Toros. Que conhecemos como Touradas.

Mesmo sendo contra esta crueldade, fomos assistir pois é uma tradição do país, não é um evento comum (parece que touradas como esta ocorrem apenas a cada 5 ou 6 meses) e queríamos conferir se é realmente como assistimos na televisão.

Então vamos ao que interessa: Realmente é muito parecido com aquilo que vemos na televisão. Primeiro entram os toureiros e seus auxiliares. (Clique na foto ao lado que ela aparecerá grandona pra que vocês possam ver com mais detalhes). Eles ficam meio que fazendo um tipo de aquecimento com os panos vermelhos (ou rosa no caso dos auxiliares) que mais parece um balé.

Depois fazem reverência pras autoridades locais que estão em camarote próprio.

Uma bandinha trata de criar o clima tocando aquelas músicas que já ouvimos em algum filme ou desenho sobre o assunto.

Nesta tarde serão 6 touros. Todos morrerão. Não tem outra alternativa, ao entrarem na arena sabemos que sairão carregados. O nome e peso deles é mostrado antes. Este primeiro se chamava, como que por ironia, "Buena Sorte"....

Vendedores vendem de tudo. De charutos a cerveja. De papas fritas a Helados.

Na platéia famílias, jovens, adultos e crianças, mostrando que é uma tradição que ainda possui adeptos de todas as idades.

Então abre-se uma porta, ouve-se um urro débil, e entra o Touro. Ele entra correndo, alucinado, querendo chifrar tudo que está na sua frente. Imagino a que tipo de tortura são submetidos para que entrem tão transtornados.

Aí começa a batalha. Primeiro os ajudantes provocam e se escondem do Touro. Parece brincadeira, mas sabe aquela raspadinha de pata na areia que a gente vê nos filmes? Os Touros fazem isso mesmo antes de avançar em seus inimigos. Parece ensaiado.

Então começam a espetar ele com lanças. Depois iniciam o balé com o lençol vermelho embalados ao som de "Olé" da platéia.

A cada nova lança, um urro de dor ecoa por toda a arena. O sangue vermelho escorre por sobre seu couro cada vez mais sujo.

O Buena Sorte até que tentou: Conseguiu dar uma chifrada no toureiro que ele caiu de cara no cal. Ficou paralizado no chão, certamente meio grogue, com medo de ser exterminado pelo Touro. Os auxiliares correm em seu auxílio. Alguns distraem o Touro, outros o carregam pra fora da arena.

Passam-se uns bons 10 minutos e nada. Os ajudantes distraindo o Touro, um silêncio perturbador na platéia. Depois abre-se a porta e o toureiro entra novamente: Manquitolando, o cal ainda marcando o gel de seu penteado, a vergonha, sua cara.
Mas não adianta. A batalha não é igual. Buena Sorte será espetado mais algumas vezes ainda por espadas, será cansado pelos ajudantes, manchará a arena toda com seu sangue, até que será acertado por uma espadada na nuca que o derruba e o paraliza instantaneamente.

O público aplaude, jogam rosas para o toureiro que agradece ao público e sai de cena. Vivo. Buena Sorte no entanto não teve o mesmo destino.

Do lado de fora um grupo de jovens protestavam contra o que eles (assim como eu) consideram uma covardia:

Então foi isso.